quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Religiosidade...


Tenho tanta historinha para contar... Hoje vou contar a situação que vivi na Praça Sete: Sabe aquele pastor que fica gritando lá na praça? Pois é... Ele mesmo. Havia acabado de almoçar e voltava tranquila para meu trabalho com meu óculos de sol baratinho, minha calça de linho que era branca e pintei de preta (isso mesmo. Tingi com tintol), minha sapatilha antiga na cor palha porque combina com tudo, minha bolsa maravilhosaaaaa de uma loja de departamento que custou 89,00, minha camiseta branca surrada e um lencinho baratinho também, o digníssimo pastor, em meio aquela quantidade de gente, fitou-me nos olhos  e eu pensei: Ai Jesus! Faz isso comigo não! Ele continuou me olhando e disse algo que compreendi apenas o final: HEIN MADAME!!! Como assim madame? Não acreditei que ele havia me chamado de madame. Será que ele sabe da minha luta diária? Será que ele sabe que faço as unhas no intervalo entre arrumar a cozinha e passar pano na casa? Será que ele sabe que uso ônibus ou metrô todos os dias? Será que ele sabe que trabalho muito para pagar minhas contas e viver com dignidade? Será que ele, como cristão, não sabe identificar que a minha expressão serena é fruto da minha fé em Deus? E se eu fosse realmente uma madame? Que mau há? O Reino de Deus é para os seus sinceros de coração. Sabe... Fiquei pensando nesse pastor e me pergunto o que faz uma pessoa ir para uma praça julgar os outros em nome de Jesus? Me lembrei da parábola das virgens... Quanto mais eu observo, mais tenho a certeza de que a religiosidade nos afasta de Deus. E como diz minha amiga Marília Gabriela: "Que o meu Deus, que eu não sei se é o mesmo que o seu, lhe perdoe."